Eu era uma garotinha quando comecei a gostar de escrever. Bem...creio que nem tenha sido gostar, ou seja, tive a necessidade de escrever o que não conseguia verbalizar. Desde minhas loucuras mais insanas a uma simples injustiça que me consumia a alma. Era uma sensação indescritível. No silêncio de muitas madrugadas, compartilhei minhas angústias, medos e sonhos com minha amiga caneta e meu amigo papel. Não esperava um dia compartilhar tal fato, pois achava uma loucura essa minha atitude. Hoje me arrependo de não ter guardado nenhuma produção, pois me satisfazia com a simples tinta no papel e virava a página da história de minha vida. Considerava meus textos um mero desabafo. Atualmente, estou meio enferrujada. Enquanto no passado produzia em média um texto por semana, hoje me reduzo a meros trabalhos de faculdade e a raras mensagens para amigos.
Esse blog surgiu de uma brincadeira que acabei levando a sério. Minha amiga Cathy que costumava até 4 anos atrás receber 3 ou 4 cartas minhas por mês lembrou de alguns fatos bem engraçados. Éramos adolescentes tão questionadoras que um dia ela me falou que iria escrever um livro. Essa brincadeira está registrada em algumas cartas. Depois de 13 anos de amizade, no feriado de Tiradentes, aproveitamos para rir muito e ratificar nossa vontade de escrever que não morreu com os anos, estava apenas em seu estado de latência. Espero conseguir colocar meu coração na caneta e meus desejos no papel novamente e que não sinta necessidade de trocar minha borracha pela tecla delete. Quero soltar ao vento o que está preso na mente e sufocado na garganta, mas não espero que me entendam, pois a essência pode está nas entrelinhas e minha satisfação é comigo mesma. Embora, cada palavra, expressão, interjeição será automaticamente entendida pela minha amiga-irmã Cathy. São anos de convivência e nos entendemos com um simples olhar.
Não tenho a pretensão de escrever um livro, até por que não tenho vocação. Isso era uma brincadeira de criança. Também não quero ter esse blog como uma obrigação diária. Só quero me deliciar com o simples ato de escrever e fazer a caneta dançar no papel, no momento que me senti à vontade. Logo, não prometo postagens diárias.
"... eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade."
"Eu vou me acumulando, me acumulando, me acumulando - até que não caibo em mim e estouro em palavras! "
( Trecho de " Um Sopro de Vida " - Clarice Lispector )
Nada seria mais justo do que finalizar com Clarice. Ela atuou e atua de forma bastante intensa em minha vida. Simplesmente M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.A!!!
By: Mandinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário