quarta-feira, 12 de novembro de 2008

esse olhar




O seu olhar mareado cintilavam devido as lágrimas que alí repousavam, mas não caiam sempre, apenas umedeciam um olhar esperançoso que vacilava sem direção. Grandes e arredondados levam consigo lembranças da lua cheia... dos amantes, das donzelas... Escuros da cor da noite que faz um par com esta lua.
São capazes de captar todas as belezas do mundo e guardar grandes segredos; aqueles nunca comentados.
Os seus poderes nunca foram além de provocar incontáveis derrotas naqueles "vilões" de coração de pedra, sem sentimentos, pois não trouxeram o grande amor que está presente nos seus sonhos de corpo e alma. Com carinha de criança e lacinho na cabeça, possui olhares reveladores que desejam expressar os desejos e sentimentos mais contidos, na tentativa de viver um grande amor, que foi negado, que não foi possível de acontecer ainda.

Cathy



domingo, 9 de novembro de 2008

a espera é....


Aqueles quatro ou cinco meses de pura fadiga, em que se acreditava não haver esperança para que certas obrigações fossem cumpridas, em meio a riscos, rabiscos, muita borracha utilizada ao fim... os dedos calejam em pressionar aquele material repleto de letrinhas donde suas idéias, palavras e teses são reproduzidas. Os olhos lacrimejam por permanecerem visualizando nada mais que textos. Aquela luz irradiante não vem do sol, pois se fosse remeteria à imagem do mar e assim, resplandeceria de tranquilidade!

Noites, e dias passam numa velocidade inalcansável, mas os desejos continuam presentes, porém projetados para o futuro.

Há muito não se pratica um esporte, ou outra atividade neste fim, apenas malham os dedos, nervosos de baterem no mesmos sentido, e a mente. Quantas saudades das noites perdidas, daquelas bebidas que os anos não trazem mais...

Agoram são prazos que fazem o tempo encurtar, o qual não é mais tão aliado. A solidão apertou, porque a vontade de estar entre aqueles que ama, reciprocamente, era maior, e só assim aquelas conversas proibidas, a falta de tato seriam finalmente expostas à mesa e retiradas do baú.

Nem aqui nem acolá, nem quilômetros a mais nem a menos serão capazes de transformar algo que se carrega lá no fundo, sem cor, som ou cheiro, maior nem menor, mas a presença é impertinente, mente e corpo em sintonia.

Mais quatro ou cinco meses pela frente.
Cathy

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Mulher sem razão - Adriana Calcanhoto


Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou
Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio
Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dê um pouco de atenção
Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não dá em nada
É uma festa na prisão
Nosso tempo é bom
E nem vemos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio