A bonequinha de louça vive na casa de vidro.
Poderia ser de pano.
Poderia ser de plástico,
Outrora um simples rabisco.
Mas, é de louça; quebradiço.
Por tantas vezes caiu
Por tantas vezes chorou e não se levantou.
Remendo, conserto, cola, configurou-se.
Nunca mais foi aquela que esteve à venda na prateleira.
A bonequinha de louça vive na casa de vidro.
E por ser de vidro é penetrável, clara, insípida
Transparente a quem quiser ver suas rachaduras e disfunções através do espelho.
A casa é vazia, não tem alegorias.
Nem de carnaval...
Não se comemora a páscoa, são joão, e sem sentimentos no natal.
É silenciosa, espaçosa, sem visitas, sem amigos.
É solitária, sozinha no mundo de quem a criou.
Mesmo quando morava na loja rodeada de pelúcias e barbies não era diferente de como se encontra na casa de vidro.
É, não foi a poeira, o esquecimento, o lugar no alto, nem o manuseio.
Foi desde o começo, do planejamento e da primeira costura... de louça... frágil.
Porém é linda e seu riso ilumina o mundo, estampado, pintado, basta que se desvende o seu manual.
Cau
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