quarta-feira, 28 de maio de 2008

Privações!


O tempo não havia permitido uma real intimidade, mas seus desejos eram tão carnais. Queria despi-lo com sua boca, torando cada botão de sua camisa e finalmente deixar seu corpo moreno apenas com aquela cueca branca que tanto gostava. Mas não era qualquer cueca, ele sabia o gosto dela. Uma mudança de cor ou de modelo, podia frustrar todas aqueles seus desejos arrebatadores. Mas ainda assim...haveria desejo, pois o foco era possuir aquele corpo inteiro e governá-lo por horas e horas. A sua fome era insana e devassa, e seus caprichos os mais diversos. A sua sede ia além, ela queria dominar todos seus medos, suas fraquezas e suas taras. Queria beber do seu néctar e saborear cada gota de sua essência. Queria apenas saciar seu apetite voraz com um banquete completo. Queria sentir seu perfume que impregnava a sua pele e fazer cada gotícula de suor unir aqueles corpos como se fosse apenas um, depois do prazer e da luxúria. Aí então, ela se refugiaria em seus braços e seus doces lábios seria sua paz. Mas o que há de real nisso? Apenas ele e ela. Os desejos dela...eram apenas dela. Não porque fosse tão reservada, mas porque ele a privava de uma real e gratificante intimidade. Ela se sentia castrada com tanta indiferença quando na verdade, ela queria apenas guiá-lo por sensações, talvez, nunca provada antes. Queria que ele sentisse a razão de seus desejos e caprichos, e fizesse de seu ser um universo de fantasia, tornando-os um só: o prazer, em suas múltiplas dimensões. Mas até quando seria privada? Seus desejos não sobreviveriam a tanta falta de sensibilidade...

Não queria acabar colocando um comentário sobre o que escrevi, mas minha criação chegou num ponto inevitavelmente cômico. Foi realmente involuntário, mas garantiu boas risadas. Aproximadamente, há uns 4 ou 5 anos atrás, cometi a garfe de chamar meu ex namorado de sensível...pra quê? Aff...quase que o mundo cai, pois aquilo no mundo machista era sinônimo de gay. Não tinha a intenção de terminar onde terminei, mas minha criatividade fugiu diante do fato cômico...e como diz Clarice: "Não sou eu que escrevo, mas sim a mulher que mora dentro de mim".

"O chão é cama para o amor urgente,
amor que não espera ir para a cama.
Sobre tapete ou duro piso, a gente
compõe de corpo e corpo a úmida trama.
E para reposar do amor, vamos à cama."

( Drummond de Andrade)
By: Mandinha

2 comentários:

Anônimo disse...

amiga, se isso foi inspiração... me passe um pouco nem vou mais postar nada, fique à vontade!!!!
que é isso, hein???
bjo

Anônimo disse...

Nem pense...
adoro suas publicações, suas particularidades.

TE AMO!!!